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Lauro Martins

Lauro Martins

10/01/1956 a 10/08/1956

Filho do ex-prefeito Jerônimo Martins e de Dalila Jayme Martins, nasceu no dia 1º. 12.1925, em Rio Verde, e faleceu no dia 13 de janeiro de 2006. Era neto materno do intendente Frederico Gonzaga Jayme. Formou-se advogado no Rio de Janeiro em 1951, recebendo o diploma em 1952. Em 1954 consagrou-se como, provavelmente, o mais votado de todos os vereadores da história rio-verdense, vez que recebeu 571 sufrágios dos 5.406 apurados, de acordo com o Diploma da Justiça Eleitoral com a assinatura do juiz da Trigésima Zona, Paranahyba Pirapitinga Santana, datado de 29 de janeiro de 1955.

Em 1969, tornou-se prefeito com elevada votação, pois lhe foram dados 8.452 sufrágios num universo apurado de 14.182. Casado com Maria José Garcia Martins, paulista de Barretos, que se mudara para Rio Verde no fim da década de 40. Dividiu-se a família Jayme, descendentes do Frederico, em 1947, vez que os dois postulantes à Prefeitura eram o seu genro, Jerônimo Martins e o seu filho, Erasmo Jayme, respectivamente.

Aquele, pelo PSD, que venceu a disputa; este o fez pela UDN. No Rio de Janeiro, Lauro se fez getulista, mas foi pelo PSD que ganhou a vereança em 1954, ano da trágica morte desse presidente, no Catete, dia 24 de agosto. De sua autoria, o projeto de mudança do nome da Avenida Goiás para Avenida Presidente Vargas. No transcurso do mandato aderiu-se ao PTB, um dos dois partidos (PSD, o outro) criados por Vargas, e passou à oposição aos governos do Estado e do município (o PTB estava no governo federal, com João Goulart vice-presidente, eleito com Juscelino, do PSD, dia 3.10.1955 e empossados, no dia 31.1.1956, com mandatos até 31.1.1961). O PTB goiano apoiou a candidatura do udenista César Bastos para governador.

No município, pela primeira vez, a UDN, principal grêmio de oposição, deixou de ter candidato próprio, preferindo apoiar Affonso Rodrigues do Carmo para prefeito e Onaldo Campos para vice-prefeito, pelo PTB, derrotados pela dupla pessedista, Nestor Fonseca e Clodoveu Leão de Almeida. Quando veio a disputa pela sucessão do Nestor, mais uma vez a UDN apoiou nome do PTB para prefeito, representado na candidatura de Lauro Martins. Para vice-prefeito, Alcyr Mendonça, da UDN. No mesmo dia – 3.10.1960 – houve eleições para governador, vice-governador, presidente e vice-presidente da República. Apenas em Rio Verde o PTB se coligou com a União Democrática Nacional. Lauro e Alcyr foram derrotados pelos pessedistas Paulo Campos (prefeito) e Edmundo Rodrigues da Cunha (vice-prefeito). Continuavam desvinculados os sufrágios para prefeito e vice-prefeito, governador e vice-governador, presidente e vice-presidente.

Ao Executivo estadual as oposições, traduzidas na aliança PSP-UDN-PDC, concorreram com a chapa Juca Ludovico e José Fleury, enquanto que a situação se formava com a dupla Mauro Borges (PSD) e Rezende Monteiro (PTB). Esta última saiu-se vitoriosa. A união PSD-PTB, que elegera Juscelino e Jango em 1955, apresentou-se, em 1960, com Teixeira Lott e Jango (permitida a reeleição para mandato imediato dos vices). A UDN apoiou Jânio, do PTN, com quem lançou Milton Campos (derrotado por Jango em 1955). O PSP, que em Goiás caminhava com a UDN e sustentava a pretensão de Juca Ludovico, ficou com seu fundador na peleja presidencial, Adhemar de Barros. Assim, o candidato a governador José Ludovico apoiava o Adhemar e seu companheiro de chapa, José Fleury, marchava com o Jânio. Havia um candidato avulso à vice-presidência.

Era ele o gaúcho Fernando Ferrari, do MTR – Movimento Trabalhista Renovador. Lauro apoiou Jânio Quadros, Fernando Ferrari, Juca e Fleury. Ganharam o Lott, o Jango, o Mauro, o Rezende, o Paulo e o Edmundo. Em 1962, Lauro voltou ao PSD e defendeu a candidatura de Sebastião Arantes para deputado estadual, que ganhou o pleito. Lauro contestou o golpe de 1964 e ficou no MDB, por cuja legenda ganhou a Prefeitura, em 1969. Em 1974, o MDB o convidou a candidatar-se ao Senado, ele não aceitou. Saiu candidato pela Arena, Manoel dos Reis, prefeito de Goiânia e que pretendia o governo do Estado, contra o emedebista Lásaro Barbosa, que se beneficiou da onda nacional favorável à oposição. Era o começo do fim do regime militar.

Dois anos depois, Lauro deixou o MDB para apoiar o vice-prefeito, Bairon Araújo, à sucessão do seu (do Lauro) primo, Iron Nascimento. A chapa arenista se completava com Lauro Pires para vice-prefeito e a emedebista com Osório Leão Santa Cruz. Essa posição do ex-prefeito Lauro equilibrou a disputa, até então tida como amplamente favorável aos vereadores Iron e Osório, que triunfaram pela diferença de apenas 59 votos. Lauro Martins discordou do endosso, da parte diretória arenista local, à candidatura de Hélio Levy para deputado federal, em 1978, e formou dissidência composta, dentre outros, pelo seu primo e ex-vereador Gonzaga Jayme, e por outro primo seu, o ex-deputado estadual Kepler Silva, e lançou apoio a Brasílio Caiado. Ambos se elegeram.

Hélio teve a segunda maior votação em Rio Verde (Iturival Nascimento, do MDB, em primeiro), e Brasílio ficou em terceiro. Nessa eleição Iturival ganhou seu segundo mandato na Câmara dos Deputados. Lauro foi para o PDS, partido criado para suceder a Arena, e para o PP, sucessor do PDS. Novamente abriu dissidência em 1988, para não avalizar as candidaturas do Paulo Roberto Cunha para prefeito e do Eurico Velloso do Carmo para vice-prefeito, e ingressou na campanha do Iron Nascimento, (para vice-prefeito, Lupércio Jaime Martins, irmão do Lauro).

Ganharam o Cunha e o Velloso. Em 1992, convidado para ser candidato do PDS para prefeito, não aceitou, e o nome lançado foi Nelci Spadoni, que teve seu apoio em 1996. Um ou dois anos antes de falecer regressou ao PMDB. Sua gestão de prefeito voltou-se essencialmente para a zona rural, com abertura de estradas e construção de pontes. Preocupou-se com a correção do solo e muito trabalhou nesse sentido. Já no início dos anos 1950, como atesta o jornal de sua propriedade, que circulava nesse tempo, “Folha do Sudoeste”, semeava a idéia do cooperativismo. Quando prefeito, criou a cooperativa rural, que logo se extinguiu – o que faz dele pioneiro, no município, desse empreendimento -. Em 1975, nasceu a “Comigo”.

Mas a semeadura ele principiara. Foi o fundador da “Associação Pró-Futuro”(5.1.1943), entidade sem fins lucrativos que dava assistência social(compra de medicamos e abate de reses para famílias pobres, além de registros civis de pessoas menos favorecidas). “Pró-Futuro” possuía um time de futebol.Além de advogado, era fazendeiro. Há alguns anos antes do seu óbito deixara o exercício da advocacia.

Por Filadelfo Borges de Lima