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José Bonifácio

José Bonifácio

31/01/1967 a 31/01/1969

Nasceu na zona rural de Rio Verde, dia 11 de abril de 1927, filho de Waldomiro Bonifácio e Maria José Pereira. Mudou-se a família para a sede do município, onde fez seus estudos preliminares e o técnico em Contabilidade, tendo estudado no Eugênio Jardim (que funcionava na Rui Barbosa, onde veio a ser o fórum), na Escola Normal e no “Martins Borges”. Empregou-se no IBGE. No início da década de 50, por curto período, esteve em Jataí, na direção da célula local dessa instituição. Montou seu escritório de contabilidade e assinava pelo escritório do seu correligionário Abel Pereira de Castro (líder udenista e adversário de Sebastião Arantes na eleição para prefeito de 1954), que era “guarda-livros”. Sentia-se vocacionado para a medicina, mas optou por direito, cursando-o na Federal de Goiânia.

Sua formatura se deu em 1964. Quando menino, separaram-se seus pais, ficando ele na companhia da mãe, mas passou aos cuidados do genitor, que se uniu a outra mulher. Waldomiro teve, com Maria José, cinco filhos, e mais dois de outra união, enquanto que Maria José, além desses cinco, mais cinco de outro leito. Depois de exercer a advocacia na sua terra, convidado pelo governador Otávio Lage, por volta de 1970, tornou-se procurador do Estado, em cujas funções aposentou-se. Ao fazê-lo, abriu escritório na Capital e mantém, pode-se assim dizer, residência dupla: Goiânia e Rio Verde. É casado com sua parenta Leila Maria da Silva Bonifácio, advindo desse consórcio seis filhos biológicos, um adotivo e seis netos.

Simpatizante da UDN, na campanha do Brigadeiro Eduardo Gomes para presidente, em 1950, ajudou a recepcioná-lo em Rio Verde. Em 1962 elegeu-se vereador, pela UDN, com 354 votos. Em 1965 Bonifácio participou da única vitória udenista para o Executivo rio-verdense: Eurico Velloso para prefeito e Luiz Cunha, vice-prefeito. Extintos todos os 13 grêmios políticos brasileiros, nesse ano de 1965, poucos dias depois dessas eleições transcorridas a 3 de outubro, a UDN rio-verdense desaguou na Arena, pela qual Bonifácio se reelegeu em 1966.

Na condição de advogado, vereador e correligionário do prefeito Velloso, prestou a este apoio, como se assessor fosse. Coube-lhe, inclusive, abortar a sua renúncia. Eurico Velloso a comunicara em carta endereçada à Câmara, aos seus cuidados. Bonifácio, depois de extrair cópia desse epístola, a ocultou consigo e revelou, verbalmente, o seu conteúdo ao Jesuíno Veloso, irmão do renunciante, e ao médico Alcyr Mendonça, tradicional udeno/arenista e eleito deputado estadual para a legislatura de 1971 a 1975. Não tendo a Câmara tomado conhecimento dessa iniciativa do senhor Eurico, pôde este continuar seu mandato até o fim.

Reclamara estresse diante dos muitos problemas impostos pelo cargo. Tendo surgido rumores sobre o caso, o vereador Waldomiro Tartuce, então da bancada oposicionista, numa das sessões perguntou ao seu colega Bonifácio sobre uma comentada carta de renúncia do chefe do Executivo, tendo ele afirmado desconhece-la. Por esse tempo, ou pouco depois, devolveu o original ao remetente e ambos o cremaram.

Em 1969 a Arena o escolheu para postular a sucessão de Velloso. Deu-se a adesão de Waldomiro Tartuce e os dois formaram a chapa contrária aos emedebistas Lauro Martins e Domingos Moni. Seu objetivo, em 1970, era disputar cadeira de deputado estadual, mas o indicado foi Kepler Silva, que se elegeu, enquanto que José Bonifácio se reelegeu vereador, encerrando seu mandato no início de 1973. Não mais se candidatou, prendendo-se às atividades de procurador na Capital do Estado.

Por Filadelfo Borges de Lima