Felipe Santa Cruz
06/12/1947 a 31/01/1949
01/02/1949 a 31/01/1951
O autor mantém dúvidas quanto ao local de nascimento de Felipe Santa Cruz Serra Dourada. É Sacramento, Minas Gerais, declara o advogado Jerônimo Carmo Moraes. Jerônimo o diz na autoridade de quem passou, a partir de 1939, ano do seu 14º natalício, a viver em Rio Verde (nasceu em Paraúna, ano de 1925), sob os cuidados do casal Felipe e dona Osória Leão, sua tia paterna.Relatou-nos também o sr. Jerônimo que Felipe é mineiro de Sacramento e que viera, ainda na infância, para Palmeiras de Goiás, onde o registraram civilmente.
Um incêndio ocorrido no cartório destruiu todos os documentos nele guardados. Inclusive o registro de Felipe Santa Cruz Serra Dourada. Ao regularizar-se omitiu o “Serra Dourada” e, só recentemente, o hoje advogado Jerônimo Carmo Moraes promoveu a retificação, devolvendo o nome primitivo. Felipe chegara a Rio Verde solteiro e, nesta cidade, residia a jovem Osória, cujo apelido era Zozó, filha de Osório da Silveira Leão e de Maria Vasconcelos de Moraes. Osório era irmão de Maria da Conceição Leão, esposa de Antônio Martins Borges (“Maçons & Maçonaria – 60 anos de história da Loja Maçônica Estrela Rioverdense – 1936 – 1996”, pág. 86, 87, de Filadelfo Borges de Lima, ed. do autor).
Foi em Palmeiras de Goiás que ele (Felipe) nasceu, no mês de dezembro de 1905. Seu pai chamava-se Benedito Serra Dourada e Luzia Santa Cruz, o nome de sua mãe (“Síntese dos Prefeitos Rio-Verdenses de Martins Borges a Nelci Spadoni”), pág. 40, ed. do autor Filadelfo Borges de Lima. No rodapé da pág. 48, ob. cit., lê-se: Nota do Autor: A informação de que Felipe Santa Cruz nasceu em Palmeiras de Goiás é do seu filho, ex-prefeito Osório Leão Santa Cruz).O livro “Eurípedes Barsanulpho Sob a Luz da História” – Editora Kelps, 2006, com apoio da “Universidade Católica de Goiás” – de Amir Salomão Jacób, nascido em Sacramento e professor universitário em Mato Grosso, fala de um padre que se sobressaiu nessa cidade mineira, na primeira metade do século XX, e aí faleceu em 1948. Esse padre católico-romano chamava-se Pedro Ludovico Serra Dourada.
Jerônimo do Carmo, indagado pelo autor destas linhas se havia parentesco entre esse clérigo e seu tio afim Felipe, informou-nos que este era sobrinho daquele(provavelmente materno, conclusão que se chega por causa do sobrenome da mãe de Felipe, igual ao do padre em evidência). Mesmo nascido em Palmeiras de Goiás, as origens de Felipe passam pela terra do Eurípedes Barsanulpho. Consta que viera de lá para Rio Verde indicado, por carta, pelo padre Pedro Ludovico, ao seu homônimo governante de Goiás.Osória Leão, esposa do Felipe, tornou-se, por volta dos sete anos de idade, órfã de mãe. Já o era de pai, vez que este se fora antes que ela chegasse. Amparou-a sua tia paterna Maria da Conceição Leão, também apelidada dona Chatinha, e seu esposo, Antônio Martins Borges, que dela cuidaram como se filha fosse.
Era irmã de Maria de Lourdes, esposa de Pedro Quintiliano Leão, o quinto prefeito rio-verdense(1938-1941), sucessor do seu concunhado Felipe. Pedro Quintiliano era o secretário do Executivo na gestão de Antônio Martins Borges, período de 1930 a 1932. Respondeu Quintiliano pelo expediente da prefeitura por força da viagem do Martins a Araguari, para submeter-se a tratamento de saúde, de cuja viagem não regressou, pois lá faleceu no dia 22 de março de 1932. A Martins Borges sucedeu o Oscar Campos Jr., este foi sucedido por Belarmino Cruvinel (genro do primeiro), este por Felipe, este por Pedro Quintiliano. Felipe e Osória tiveram somente um filho: Osório Leão Santa Cruz: vereador(eleito em 1972, MDB), vice-prefeito(eleito em 1976, MDB), deputado estadual(eleito em 1978, MDB), prefeito(eleito em 1982, PMDB), deputado federal(eleito em 1988, PDC), prefeito(eleito em 1992, PDC). Derrotado para deputado estadual em 1998.
Felipe foi prefeito de 1935 a 1938. Chegou ao cargo por nomeação do interventor Pedro Ludovico Teixeira e, no ano de 1935, pelo voto popular e na condição de candidato único, ganhou para prefeito, como já demonstramos na primeira parte deste trabalho. Em 1935 era eleita a Câmara Municipal de Rio Verde. De agora em diante, não mais Conselho Consultivo, mas Câmara Municipal. A eleição ocorreu no dia 1º de dezembro de 1935 e a posse dos eleitos no dia 6 de janeiro do ano seguinte, na residência do prefeito Felipe Santa Cruz, com início às quatorze horas. Presentes o juiz eleitoral José Campos e o prefeito eleito, o próprio Felipe Santa Cruz, quatro dos vereadores recentemente eleitos (Gumercindo Ferreira, Octacílio Pessoa Mendes, Epaminondas Portilho e Olyntho Pereira de Castro) e outras autoridades (“Síntese dos Prefeitos rio-verdenses de Martins Borges a Nelci Spadoni”, pág. 46, autor cit.). Essa Câmara veio a ser dissolvida pela Constituição de 10.11.1937, quando implantou o Estado Novo que durou até à queda de Getúlio Vargas, acontecida a 29.10.1945.
A atual Câmara é fruto da Constituição de 18.9.1946. O Conselho existente, quando estourou a Revolução de 30, dissolveu-se pelo Decreto 9, do presidente provisório de Goiás, Carlos Pinheiro Chagas, datado de 29 de outubro daquele ano, quando se criou outro com a denominação de “Conselho Municipal Provisório”. Extinto este, nasceu o “Conselho Consultivo”, desaparecido em 1935, brotando das urnas a “Câmara Municipal”, dia 1.12.1935. Felipe se licenciara em Farmácia, em Uberaba, e se mudou para Rio Verde objetivando gerenciar o estabelecimento do gênero de propriedade do médico Pedro Ludovico, nascido na cidade de Goiás, dia 23 de outubro de 1891(faleceu em Goiânia a 17 de agosto de 1979) e que chegara a Rio Verde, para aqui se fixar, em 1917.
Segundo Jerônimo Carmo Moraes, o gerente desse estabelecimento era o farmacêutico Ranulfo da Veiga Jardim, conterrâneo e amigo do Dr. Pedro, que se transferira para este município porque assassinara, na sua cidade, a própria esposa e o homem com quem ela se envolvera. Cumprida a pena de cárcere, viera para Rio Verde por temer represálias. Nesta cidade, sudoestina, Ranulfo casou-se com Sílvia, irmã de Gercina, mulher de Pedro Ludovico. De acordo com Jerônimo Carmo Moraes, o seu tio por afinidade, Felipe, assumiu a gerência da referida farmácia depois que Ranulfo deixara a função. Felipe Santa Cruz foi um dos criadores do “Aero Clube de Rio Verde”, fundado dia 30.6.1939. Elegeu-se deputado estadual em 1950, integrando a Legislatura de 15.4.1951 a 31.1.1955. Seu último cargo público foi o de secretário da Fazenda do Estado, na década de 50.
Por Filadelfo Borges de Lima